Description:
Partindo dos conflitos gerados pela implementação da barragem do Castanhão no rio
Jaguaribe, sertão do Ceará-BR, proponho uma leitura do relocamento da população de
20.000 pessoas que ali moravam, a partir dos significados associados ao termo mundar, cunhado por Gayatri Spivak, confrontado-o a entrevistas realizadas com moradores de várias comunidades às margens do rio Jaguaribe que tiveram suas terras alagadas pela barragem do Castanhão. Isso implicará discutir o processo de silenciamento de vozes que se deu em paralelo à desocupação da área e construção da referida barragem, e, ao mesmo tempo, tentar pensar nas possibilidades levantadas por um movimento social atuante no local – o Movimento de Atingidos por Barragens, MAB - de produzir outra versão dessa história através das falas e cartografias locais, que foram violentamente demolidas, desmatadas e submersas em nome de uma estranha entidade chamada progresso.